Ei ei, é Carnaval!!!!

Adiante suas tarefas chatas, ponha seu oráculo para administrar suas alegrias e seus desejos. Lembre-se de que você não precisa de uma bola de cristal para adivinhar o “óbvio”, porque a senha da semana é Skindolelê, Skindolalá, as coisas estarão bem às claras, rotuladas com nome e sobrenome, não dê espaço para a tristeza, se inclua fora dela e se de todo não for mesmo a sua praia, cair na folia, então se exclua sem dó, se coloque no modo soneca e vá para um retiro espiritual, porque lá querida você com certeza vai cair nos braços de morfeu! Mas para aqueles que amam o Carnaval o baticumbum já vai começar hoje mesmo nesta sexta-feira.

Ah! mas como falar de carnaval sem mencionar Lan e Niemeyer? Impossível, sabemos que não é todo mundo que morre de amores pelo batuque mas não posso passar em branco e não falar nada.

Lan o caricaturista que ama mulatas, fez 94 anos esta semana, suas linhas tem um traço leve que eu adoro, retrata a beleza das curvas das mulatas brasileiras como ninguém, são linhas que obviamente me remetem nesta semana de Carnaval então, pensei assim como ele, Oscar Niemeyer o arquiteto mais famoso do Brasil foi um mestre em desenhar curvas no concreto armado e levou poesia à paisagem das grandes cidades – a frase dele que mais me marcou foi:

“Não é a linha reta, dura e inflexível, feita pelo homem, que me atrai. O que me chama a atenção é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país, nas margens dos seus rios, nas nuvens do céu e nas ondas do mar. O universo está cheio de curvas, um universo de Einstein.”

Ok! E mais: é dele a Passarela do Samba, projeto de 1983 no meu Rio de Janeiro, só que oficialmente é chamada de Passarela Professor Darcy Ribeiro e, popularmente conhecido como Sambódromo, o centro do carnaval carioca localiza-se na avenida Marquês de Sapucaí, Rio de Janeiro, e nasceu com a missão de “dar ao povo o samba”.

Na parte final da passarela, as arquibancadas se separam para abrir espaço à monumental Praça da Apoteose, assinalada por um grande arco. Ali está também o Museu do Samba. Fora dos dias carnavalescos ou momescos, funcionam escolas, creches, centros de saúde, ateliês de artesanato e outros serviços. A praça serve de palco para espetáculos diversos, como balé, teatro e shows de música popular.

Posso ficar aqui falando só das obras lindas do Seu Oscar, que são muitas; como não resisto eu vou falar das minhas preferidas.

Conjunto da Pampulha, 1940, Belo Horizonte

Quando Juscelino Kubistchek foi eleito prefeito da capital mineira, pediu Niemeyer para projetar um bairro inteiro voltado ao lazer, com direito a cassino, clube, igreja e restaurantes. O projeto da Pampulha, inspirado nas curvas da arte barroca, foi concebido e desenhado em uma noite, já no quarto de um hotel, após a conversa com o político.

Ibirapuera, 1951, São Paulo

O parque público de São Paulo, construído para ser o marco principal das comemorações do quarto centenário da cidade – e, portanto, inaugurado em 1954 –, possui um volume singular. Sua marquise faz uma ode à liberdade da forma, conectando os pavilhões, os espaços culturais e os de lazer do complexo. O conjunto, no entanto, só foi completado mesmo em 2005, com a inauguração do Auditório Ibirapuera, que não saíra do papel nos anos 1950. A foto acima é do interior do pavilhão da Bienal de São Paulo.

Edifício Copan, 1951, São Paulo

A robustez do concreto armado é quebrada pela sinuosa leveza no projeto moderno, uma onda no centro da metrópole homenageando São Paulo é de uma incongruência imensa pois é o pesado que se torna leve. Os paulistas sentem um orgulho imenso em dizer que este sim é um mega cartão postal, numa cidade caótica esteticamente e carente de belezas naturais.

Casa das Canoas, 1952, Rio de Janeiro

O arquiteto projetou sua própria residência com total liberdade, sem mexer nos desníveis do terreno, só adaptando o imóvel às curvas da planta. Ao prever uma área de sombra no entorno, Niemeyer conseguiu envidraçar toda a casa e deixá-la o mais transparente possível em meio à vegetação. Tão vitais como os palácios, conheça as casas de Oscar Niemeyer.

Museu de Arte Contemporânea, 1991, Niterói

Com formas lindíssimas, que lembra uma nave espacial, com uma leveza acentuada pelo terreno vazio que propiciou este arrojo de formas sinuosas sempre e bastante abstratas.

Catedral de Brasília

Quando eu entrei pela primeira vez na Catedral eu pirei, gente é mesmo o máximo de beleza, o edifício é definido por dezesseis pilares de concreto que lembram um bumerangue, com uma planta circular de setenta metros de diâmetro, rodeada por um espelho d’água, os pilares sobem inclinadamente até se tocarem uns aos outros. A catedral está um nível abaixo. Neste acesso foram criadas quatro esculturas, representando os evangelistas, que levam a uma rampa descendente, estreita e escura.

Falamos de tanta beleza nestes dias pré-carnavalescos que não há jeito de você se esquecer que o importante é valorizar as nossas curvas sejam elas de concreto, em papel ou de verdade, o corpo da mulher é uma inspiração para artistas, caricaturistas, arquitetos e apaixonados.

Vamos dar um viva às mulheres de todas as etnias.

Até sexta!

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